Fontes renováveis de energia são tema de Fórum na Mercopar 2020
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O IV Fórum de Geração Distribuída de Energia com Fontes Renováveis no Rio Grande do Sul integrou a programação do último dia da Feira de Inovação Industrial, em Caxias do Sul
Pela primeira vez na Mercopar, o IV Fórum de Geração Distribuída de Energia com Fontes Renováveis no Rio Grande do Sul trouxe ao palco da Arena Mercopar, nesta quinta-feira (19), discussões acerca do tema Tecnologias e planejamento para o futuro da Geração Distribuída (GD). O evento, promovido pela FIERGS, Instituto Euvaldo Lodi (IEL/RS), SENAI RS, Sebrae RS e Governo do Estado do Rio Grande do Sul, abordou a temática a partir de três eixos: smart cities, armazenamento de energia e planejamento de geração distribuída.
O diretor do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (CIERGS), Edilson Deitos, fez a primeira saudação na abertura do evento: “precisamos retomar o crescimento da economia e recuperação da atividade industrial, e o caminho passa pela maior disponibilidade de energia limpa e eficiente”. Na sequência, o diretor regional do Senai RS, Carlos Trein, destacou que o Fórum assume grande relevância no cenário nacional quando o mundo está preocupado com uma série de fatores de geração e distribuição de energia. Já o diretor Técnico do Sebrae RS, Ayrton Pinto Ramos, ressaltou a multidisciplinaridade do Fórum. “O evento é uma plataforma para aprofundar temas relevantes para a matriz energética do RS”, afirmou.
O primeiro painel, com o tema Planejamento e Futuro da GD, foi aberto pelo presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Carlos Evangelista, que apontou que a energia renovável é uma das que mais cria empregos no mundo, com destaque para energia solar fotovoltaica, que é também a fonte mais utilizada no Brasil. “O país tem as condições necessárias para crescer nessa área, e é fundamento que aproveite o setor de GD para criar mais empregos qualificados”, afirmou. Já o presidente executivo da Associação de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Rodrigo Sauaia, ressaltou o lugar de liderança do Rio Grande do Sul no uso de energia solar fotovoltaica: “esse é um mercado em expansão no estado, que está na 2ª colocação no ranking de investimento nesse tipo de energia”. Em seguida, o especialista técnico regulatório da ABSOLAR, Rodrigo Baitelo, destacou os benefícios da fonte solar fotovoltaica no RS. “Os dados do segmento apontam que a sua adoção contribui fortemente para o desenvolvimento econômico, social, ambiental, estratégico, energético e elétrico do estado”.
A consultora responsável pela inteligência de mercado da Greener, Elisabeth Ovando, deu um panorama das perspectivas do mercado fotovoltaico. “É preciso levar em consideração as incertezas em relação ao volume de equipamentos, devido à escassez de matéria-prima, pois isso gera uma expectativa de elevação nos preços para os clientes finais, mas, por outro lado, acreditamos que o Brasil importará 30% a mais em 2021 em relação a este ano”. O advogado da MBZ Advogados, diretor do Sindienergia e o diretor Regional RS da ABGD, Frederico Boschin, finalizou o painel explicando que nas últimas décadas a geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia tornaram-se atividades independentes a fim de se gerar uma maior competitividade no setor. “Na geração, a gente vai estabelecer sempre uma competição de qual fonte gera o kWh mais barato”, explicou.
Com o tema Armazenamento de Energia, o segundo painel foi mediado pelo gerente de operações do Instituto SENAI de Tecnologia em Petróleo, Gás e Energia, Jordão Gheller Jr., e iniciou com a palestra do pesquisador-chefe do Instituto SENAI de Inovação em Eletroquímica, Marcos Berton, que abordou as principais fontes alternativas de geração de energia na matriz energética brasileira. “Através da projeção da Empresa de Pesquisa Energética, que diz que o consumo de energia elétrica no Brasil vai triplicar até 2050, entendemos que é preciso diversificar a matriz energética.”
O gerente de vendas da WEG Drives e Controls – Automação, Eloir Pagnan, explicou que o armazenamento de energia tem a função de equilibrar geração e consumo, só liberando energia gerada quando necessária. Além disso, destacou a aplicabilidade do armazenamento. “Tem vários aplicações e desempenhos distintos dependendo de onde vai ser inserido. Em um futuro não tão distante, teremos sistemas de armazenamento em diversos pontos da rede”. Já o diretor-sócio da NewCharge Projetos, apontou que um dos fatores para o crescimento do armazenamento de energia é a figura do prosumidor: “esta junção do produtor e do consumidor de energia, que agora deixa de ser um consumidor passivo, procura proteger-se contra possíveis regras desfavoráveis de compensação no futuro por meio do armazenamento”.
O terceiro e último painel foi dedicado às Smart Cities com moderação da Doutora em Engenharia Elétrica e professora da UFRGS, Juliana Klas, que recebeu o chefe de vendas da WEG, Kirk Bardini, que apresentou cases de complementaridade de geração de energia elétrica como uma usina de energia solar flutuante sobre um reservatório hidrelétrico e uma estrutura inteligente que utiliza linhas de transmissão já existentes para unir as energias solar e hidrelétrica. Já o Labs Innovation Lead da SAP, Matheus Souza, abordou a visão da empresa sobre cidades inteligentes, focando-se em quatro pilares: eficiência, empregabilidade, efetividade e digitalização. O encerramento ficou a cargo da Doutora em Engenharia de Produção e professora da UFRGS, Ângela Danilevicz, a qual apresentou o case de Porto Alegre no caminho para se tornar uma cidade inteligente, definindo-a como uma trajetória resiliente. Ângela traçou uma linha histórica de instituições e associações que debruçaram-se nesta pauta e as perspectivas para a cidade.