Fazer “gente brincar com gente”. Com este pensamento, o grupo do aluno Alisson Monteiro, 18 anos, estudante do Senai José Gazolla, de Caxias do Sul, desenvolveu o projeto que integra o Salão da Inovação que ocorre durante a 25ª Mercopar. Ao lado de 18 colegas, também do Senai Indústria Madeira e Mobília, Alisson, aluno do curso de Ferramentaria, participa do desafio Indústria + Solidária, iniciativa do SEBRAE/RS em parceria com a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), que consiste em propor aos meninos desenvolver e construir brinquedos, que serão doados a entidades carentes, a partir de material reciclável como plástico, lata e madeira. Porém, não se trata somente de desenvolver um brinquedo. Ele precisa ter uma proposta pedagógica, capaz de contribuir para o desenvolvimento da criança e ser elaborado a partir de pelo menos três ferramentas da Solução Indústria +, do SEBRAE/RS.

Por isso, conta Alisson, a proposta de seu grupo foi criar um mix de brinquedos resgatando formas de brincar que hoje já não são tão comuns. “Eram atividades que aproximavam mais as pessoas, como pé de lata, telefone sem fio, vai e vem. Como não tínhamos muita variedade de material para trabalhar, resolvemos criar vários brinquedos”, afirma Alisson. Os materiais foram colocados à disposição dos estudantes pela organização do evento e, a partir daí, os projetos foram pensados. O grupo trabalhou basicamente três ferramentas do conceito Indústria +: Operação Padrão, 5S´s e Troca Rápida de Ferramenta. Esse processo foi desenvolvido pelo coordenador do curso de Gestão da Produção Industrial da Unisinos, Douglas Veit, que na Mercopar conta com os professores Rodrigo Lima e Dieter Goldmeyer no apoio da atividade. “É bom vê-los em ação numa feira desse porte, contribuindo por uma causa nobre”, avalia Lima.

ESTÍMULO – O estudante Leonardo Bittencourt, 17, afirma que não “fazia muita ideia” do que encontraria na Mercopar. No entanto, ao ver o tamanho da mostra e a qualidade dos expositores, sentiu-se ainda mais estimulado. Seu grupo desenvolveu uma casinha cujo telhado é vazado no formato de figuras geométricas que receberão as formas para encaixe. A ideia, diz Leonardo, é desenvolver o coordenação motora da criança. “Chegamos a essa proposta depois de avaliar a exigência da organização do evento, de que deveria ser algo pedagógico”, conta o estudante de Matrizaria.

Com a finalidade de estimular o reflexo e o pensamento dos pequenos, o grupo de Jackson dos Santos, 17, desenvolveu um carrinho de madeira com um eixo diferenciado, em que um parafuso é ligado a um elástico. “Esse mecanismo gera tração, de uma maneira bem artesanal, mas uma novidade para as crianças que estão acostumadas a ver a tração dos carrinhos de metal que vêm da indústria”, considera Jackson, ao destacar sua imensa satisfação em fazer parte desse contexto de solidariedade e inovação.

Pensar nas consequências positivas de seu projeto também é o que motiva o aluno Mauricio Carvalho, 18, que estuda Matrizaria. O trabalho do grupo dele também busca a estimular a coordenação motora infantil a partir do encaixe de figuras geométricas, nesse caso em um cubo. “O objetivo do nosso projeto é atuar no processo de memorização das crianças”, explica Maurício. Para o coordenador do Salão de Inovação, Gustavo Moreira, a Indústria + Solidária é uma ação que coloca em evidência uma premissa muito importante da Mercopar que é gerar conexões em várias frentes, nesse caso, gerando oportunidades por meio da união do meio acadêmico com o industrial.

A Mercopar é realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (SEBRAE/RS) e Hannover Fairs Sulamérica, empresa do Grupo Deutsche Messe AG. Mais informações sobre a Mercopar podem ser obtidas no site www.mercopar.com.br .

Fotos: Desafio movimenta os estudantes durante a Mercopar
Crédito: Eduardo Rocha/Divulgação/Mercopar